Butão: Berço do Budismo Vajrayana

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Embora este Blog não seja exclusivo de viagens, viajar, registrar o que é possível, é uma das minhas paixões, o que me levou a adicionar esta página para compartilhar aos visitantes um pouco dos locais que visitei e dos sentimentos sentidos e/ou percebidos.

O Butão (nome nativo: འབྲུག་ཡུལ་) está localizado no sul da Ásia, entre a China e a Índia. É um pequeno país do extremo leste do Himalaia, que faz fronteira com a Índia e com o Tibet. É uma monarquia constitucional, com um primeiro ministro e um rei na quinta dinastia, cujo pai reinou durante 30 anos. O jovem Rei, Jigme Khesar Namgyel Wangchuck, quarto Rei do Butão, casou em 2011 com Jetsun Pema, naquele que foi o evento mais mediático da história do Butão. Neste país se fala dzongkha, nepalês e inglês. A bandeira do Butão é formada por dois triângulos que ocupam cada canto dela. O superior é amarelo e, o inferior, laranja. No meio há um dragão. O amarelo significa a monarquia secular do Butão e, o laranja, a religião predominante, a budista.

Esta nação é o berço do Budismo Vajrayana, que influencia todos os aspectos da vida no Reinado.Vajrayana é, também, denominado mantrayana, tantrayana, budismo esotérico ou tântrico e Carruagem do Diamante, um conjunto de escolas budistas esotéricas. O nome vem do sânscrito e significa, especificamente, “veículo de diamante”.

O Butão é conhecido por seus mosteiros, suas fortalezas (ou dzongs). No Alto Himalaia, picos como o Jomolhari, de 7.326 m de altitude, são destinos bastante procurados para trilhas. O mosteiro de Taktsang (também conhecido como Ninho do Tigre) fica nos penhascos acima do Vale de Paro.

Este país está cultural e geograficamente dividido em três regiões, que se subdividem em 20 distritos ou dzongkhag: Butão Central, Butão OrientalButão Ocidental. Thimphu é a capital do país; Jakar, a cidade administrativa ao norte e por onde o budismo entrou no Butão; em Paro se localiza o aeroporto internacional e o Monastério de Taktsang; Punakha é a antiga capital do país; Phuentsholing, ponto de entrada dos viajantes que vêm de ônibus de Calcutá.

Viajando pelo interior do Butão observei que suas paisagens impressionantes incluem desde planícies subtropicais até montanhas íngremes e vales. As cidades do interior são pequenas, as propriedades são dispersas, o comércio é pequeno com lojas igualmente pequenas. Em geral, as edificações (casas, hotéis etc) se adequam ao design tradicional.

As estradas por onde andei são perigosas: estreitíssimas, sem asfalto, com despenhadeiro de um lado e paredões do outro, cujas pedras que os compõem caem na estrada quando os carros passam. Uma grande parte da população sobrevive de pequenos trabalhos autônomos: venda de artesanatos, alimentos, em bancas ou barracas nas ruas e/ou nas estradas. Muitas mulheres, como ocorre na Índia, sobrevivem do trabalho pesado, especialmente na construção civil, ou em áreas rurais.

Como tive a oportunidade de conhecer a cremação indiana, quando estive em Varanasi (norte da Índia) e em outras regiões, observei que a cremação budista é um pouco diferente: quando morre alguém, o corpo é cremado numa fogueira, em locais específicos, e os restos mortais são depositados num espaço denominado “Buda Flex”. Apenas a família e amigos próximos participam. Assisti três dessas cerimônias, fiquei um pouco distante delas, mas tirei fotos, por ser permitido.

Gostaria de conhecer o Butão? As melhores épocas para visitar este país são setembro a novembro e abril a maio. Vale ressaltar que não se faz turismo individual no Butão. Este ocorre através ou de empresa ou de agentes locais. O valor/dia fica em torno de 250 dólares, mas inclui despesas com hotel, alimentação, carro, motorista e guia.

Há necessidade de “visa”: autorização de entrada no país, que é controlada pelo Governo. Antes de viajar para o Butão, recorri a agências de viagens, brasileiras, mas senti insegurança em relação às informações. Quando cheguei em Londres, recorri a minha filha e tentamos contato com o Consulado do Butão em Londres e com bancos londrinos, que se responsabilizaram por receber o pagamento do “pacote” que havia sido enviado para mim por uma empresa do Butão. Como tudo estava tão confuso, desisti, fui para a Índia e, por sorte, depois, quando estava em Pokhara/Nepal, consegui o visa para ir ao Butão pela Drukair. No Butão, fui recepcionada por um guia e um motorista. É assim que funciona nesse país.

No período que passei no Butão, não me senti livre porque estava sempre acompanhada do guia e do motorista indicados. Eles, inclusive, hospedaram no mesmo hotel que eu. O roteiro parecia o mesmo para todos os visitantes porque eu os encontrava quase sempre. Foi aí que senti o controle do “país” sobre os turistas e fiquei imaginando a necessidade que há para manter o “clima de mistério” em torno do país, possivelmente para suscitar a curiosidade de todos que desejam conhecê-lo. Comigo funcionou. Mas reaprendi uma lição: ter mais cuidado com o que se mostra inalcançável.

Do Butão retornei ao Nepal, dessa vez para a capital deste país: Katmandu.

Enfim, conhecer o Butão foi uma aventura que iniciei em Salvador, minha cidade, mas não tive êxito. Quando cheguei em Londres, continuei tentando, mas, também, não consegui avançar. Esta aventura se tornou concreta quando eu estava em Pokhara/Nepal (base do Himalaia) e o proprietário do Hotel se ofereceu para conseguir autorização para que eu pudesse ir a este país tão especial, anunciado como o país da felicidade, mas enigmático, ou seja, não tão fácil de ser desvelado.